quarta-feira, 26 de março de 2014

Minha visão sobre os prós e contras da Redução de Estômago

O que há de bom após a cirurgia bariátrica

Preciso registrar algumas situações que ocorreram comigo e que acredito ser de grande importância para todos os que estão acima do peso, antes de falar no que há de bom. 
O que mais me motivou a procurar o Dr. Lucas foi minha parte física... Isso mesmo... o fato de eu dormir parecendo que ia morrer, dormir mal, perceber que a dor nas minhas costas devido a hérnia de disco estava cada vez mais forte, que a doença que tenho no fígado (esteatose) estava piorando, sentir dificuldade para amarrar um sapato, por uma meia e por aí vai.
Foi com base em tudo isso – e após ter feito alguns regimes, com ou sem medicação, idas e voltas a nutricionistas –, que percebi que minha fome continuava devastadora. Conseguia emagrecer com muito sacrifício e passando fome mesmo, mas depois engordava o dobro o que me desmotivava a continuar. Consequentemente, passei a pesquisar sobre a cirurgia.
Durante uns 6 meses, vasculhei a internet e consegui sanar todas as dúvidas que foram aparecendo. Passei então a procurar um médico,e como já tinha a indicação do Dr. Lucas Schimtz fui até ele. Foi aí que me senti segura.
Tenho que confessar: sou privilegiada, graças a Deus tenho plano de saúde (UNIMED) e, desde a consulta até a operação, não se passaram nem 100 dias, e não tive um único problema para aprovar o procedimento. Fiz a cirurgia na época em que queria e já estava em casa no período planejado, ou seja, acho que esse planejamento e a ausência de problemas no pós-operatório foram fundamentais para a retomada da minha vida.
Assim, o único conselho que gostaria de dar a todos os leitores é que pesquisem muito. Quem tiver condições deve conversar com mais de um médico, pois cirurgia bariátrica não é uma operação estética. Há restrições que serão para sempre e, é algo irreversível dependendo da técnica usada. Além disso, se a pessoa não seguir as orientações médicas e nutricionais, voltará a engordar.
É por isso que sempre tenho a cautela de tentar expor que a cirurgia me fez bem, mas não quero incentivar ninguém a se submeter a esse procedimento sem que tenha uma grande bagagem de informações sobre o assunto como eu busquei a ter. Combinado?

Agora, após esse tempo (55 dias), o que estou percebendo de melhor é:

- Perdi um pouco da gordura... hahahahaha
- O caldinho nojento só durou uma semana. Depois disso, a dieta é tranquila
- Não tenho fome anormal (só me ocorreu uma vez) e não passo tanta vontade. Acho que tinha uma fonte inacabável por causa da tal grelina (hormônio da fome), pois depois que a retirei junto com o estômago virei uma pessoa normal.
- Comecei a caminhar mais.
- Estou entrando em roupas que não imaginava que voltaria a usar.
- Descobri que realmente tenho aptidão culinária, e cozinhar passou a me ajudar a perder a fome.
- Tive a ideia de criar o blog para auxiliar outras pessoas que quererem fazer a cirurgia!
- Passei a mastigar muito. Por isso, tenho necessidade de comer alimentos bem saborosos, já que ficam mais tempo na boca.
- Consigo amarrar o sapato ou colocar uma meia sem ter um suadouro infernal e o coração sair pela boca.
- Acho que viverei uns 20 anos a mais

O que há de ruim após a cirurgia bariátrica

Desde que operei e retomei minha vida normal, recebo inúmeros questionamentos sobre o que há de ruim após a cirurgia.
Acho que isso é porque sempre apareço ou demonstro que estou bem, então não há nenhum comentário sobre sofrimentos que passei, como dor, enjoo, mal-estar ou coisas do gênero. O que existiu foi um “problema” na hora de tomar meu café da manhã logo após ingerir o remédio do estômago, foi fatal!! Voltou até a janta hahahaha
Não sei qual a explicação médica, mas acredito que estou bem por fatores como: equipe médica qualificada, nutricionista eficiente, meu esforço gigantesco na alimentação, início das atividades físicas, apoio de todos os que estão acompanhado a minha luta e muita força de vontade da minha parte, pois não é fácil resistir às tentações. Não é mesmo....
Mas, como nem tudo são flores, listo abaixo as principais coisas ruins que tenho enfrentado:
- Fraqueza: ainda que eu tenha um pouco de tonturas, especialmente durante a noite... Como não tinha isso antes, associo à cirurgia.
- Frio: sempre fui uma pessoa friorenta, mas tenho sentido muito mais frio. Acho que estou perdendo gordura e, com ela, um pouco dessa “capa protetora”.
- Dar goladas é impossível: não tem como dar aquelas goladas que fazem “glub, glub, glub”. Quando estou com muita sede, o máximo que consigo tomar é uma goladinha, e as outras a cada 1 ou 2 minutos. Não há chance de matar a sede de uma vez só, e isso as vezes incomoda.
- Olfato de “cão farejador”: estou com um olfato apuradíssimo. Isso não é tão bom quanto parece, afinal, cheiro de cigarro, “sovaco” vencido, álcool, bafo, chulé, pum, etc são percebidos de forma intensa, e isso causa um transtorno insuportável. É preciso sair do ambiente ou de perto da pessoa imediatamente.
- Sair para comer: é dificílimo comer fora. Até o grelhado muitas vezes é feito com um banho de azeite. Até consigo comer fora, mas na maioria das vezes não consigo servir tudo o que deveria seguindo minha dieta!
- Roupas: é ao mesmo tempo bom e ruim, pois, até o corpo estabilizar, comprar roupa é jogar dinheiro fora. Então, o jeito é usar as que tem: aperta daqui, aperta dali e vai dando um jeito. Mas em algumas ocasiões parece que estou dentro daqueles sacos de corrida usados em festa junina.
- Como os outros comem: é involuntário, mas tenho percebido o quanto as pessoas comem comparando com o que estou comendo. Mesmo que essas pessoas não tenham mudado a quantidade de alimentos, hoje parece que elas comem muito, e isso dá um pouco de aflição hahahahaha.
- Visitar os outros: nessa fase, é sempre complicado, pois todos querem lhe agradar. Às vezes, até fazem uma compra que acreditam ser light. Mas já tive que recusar em algumas ocasiões, pois havia me alimentado antes ou os alimentos não faziam parte da minha dieta.
- Ir a um lugar que você sabe que irá demorar um bom tempo... E aí você precisa sempre andar com uma garrafinha de água. Tenho carregado sempre uma comigo...
- Preço dos alimentos: acho que os alimentos light são muito caros.
- Tomar remédio: tomo um complexo vitamínico duas vezes ao dia, e normalmente eu esqueço de tomar...
- Restrição alimentar: quando saímos nos lugares e eu nunca sei o que posso comer, pois na dieta tem só aquilo ali e deu... mas e os parecidos? Será que dá? Ahhh isso é bem chato!
- Senti uma notável diminuição na libido, o que achava que deveria ser ao contrário pois como emagreci deveria me "soltar" mais... mas isso vou conversar com o Dr. na próxima consulta!!
Com o que listei, é possível perceber que não há nada de tão ruim ou absurdamente difícil de superar. Não sei se isso um dia vai mudar ou não, porque pode ser que eu adicione ou exclua algumas coisas no futuro. Isso o tempo é que dirá, mas atualmente é isso que eu sinto.
Vivo tranquila, sinto fome se pulo alguma refeição ou coisa do gênero, mas é uma fome normal. Já aquela voracidade que eu tinha antes da cirurgia era reflexo dos dias em que não me alimentei corretamente – daí o corpo sentiu.
Resumindo, se seguir toda orientação nutricional e comer direito, sinto uma fome normal. Mas, se eu pulo refeições e não respeito a dieta (comer menos do que devo) o corpo já reage e dói o meu pequeno estômago.
Bom, acho que é isso, mas, colocando na balança o que há de ruim e o que há de bom ao reduzir o estômago, tenho certeza de que, até agora, valeu muito a pena.

2 comentários:

  1. Agora tudo é questão de reformular os hábitos.Ainda é recente essa transformação toda e pelo visto vc está ótima!!
    Já soube de pessoas que sofreram o impacto psicológico da cirurgia,necessitando de ajuda profissional.Vc se preparou mto bem para passar por toda essa experiência.Parabéns!!

    ResponderExcluir
  2. Obrigada!! Realmente temos que ter muita força de vontade! As tentações são enormes e estão em todos os lados!
    Obrigada tia, pelo carinho e apoio!!

    ResponderExcluir